sábado, 26 de fevereiro de 2011

O Beijo da Morte - Parte 1

As vezes quando a noite estava tempestuosa eu sentava na frente da minha escola, era uma visão contrastante que meus olhos podiam ver, de um lado algumas casas, árvores, a torre imponente da igreja matriz e lá no alto o cemitério.
Quando eu sentava ali passava horas observando o movimento entre os túmulos e me perguntando: quem poderia estar ali, naquele breu, sob os raios passeando por entre a morte?
Na época eu não sabia.
Deixe que eu me apresente, me chamam de Aurea, e sempre fui pacata, timida, fora do mundo real.
Os anos foram passando, logo chegou o fim dos tempos de escola, mas aquele costume de observar  o mundo dos mortos não passou, ainda passava horas sentada, matando aula e observando a morte, até que numa bela noite em que a lua estava cheia como jamais voltaria a ver algo me despertou um desejo incontrolável, o desejo de ir até o cemitério.
Eu precisava, era como se meu sangue implorasse por isso, e desejei tanto que assim que deu  o sinal da segunda aula me esquivei, aproveitei o murmurinho de uma porva recém terminada e saí sem que me vissem.
CAminhei até lá, uns vinte minutos, a escuridão me envolvia como que em um abraço e era gélido e me dava prazer, um prazer que não sei explicar.
Chegando ao cemitério sentei-me sobre um túmulo, era antigo, enegracido pelo musgo, com formas fortes, fiquei ali, cabeça baixa imaginando que alguém lá embaixo na cidade pudesse me ver.
Foi então que o vi pela primeira vez, parado na minha frente, vestia uma roupa negra, tinha cabelos ligeiramente ondulados e uns olhos verdes ue pareciam não ser reais...
Não falou uma palavra, ficou ali, me observando  e assim que fiz menção de erguer meu corpo ele saiu, vi quando sumiu na noite.

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